sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Mais uma de amor

Nem um. Nem o nosso. Esse mesmo. Sabe esse amor que a gente sente um pelo outro, tenho que lhe informar que não será para sempre, impossível prever quando por que estamos falando de amor e não de um pacote de bolacha que estampa sua validade. O certo, é que irá acabar.
Quer saber? Vou te falar a verdade. Sabe por que um casal de idosos ainda se ama? Por que ele depois de 50 anos de casado abre o olho em uma terça feira qualquer e consegue enxergar nela aquilo que nunca enxergou antes, um traço, uma respiração, que faz ele se apaixonar perdidamente de novo, e isso só é possível por que ele não ama mais a garota que ele conheceu na sua juventude, aquele amor acabou. Acabou para outro começar. E esse outro, acabou para outro começar. Ele amou varias vezes a mesma mulher.
O amor é apenas o caminho para outro amor. Por isso tenho que hoje te declarar que não a amo mais. Não mais. Aquela menina que eu conheci se entrasse na minha frente agora, ia passar despercebida, assim como todas outras na rua. Apenas mais uma.
Não que eu me arrependa, mas hoje não me envolveria com aquela que era você. Por que hoje me apaixonei de novo, e não consigo mais olhar para trás, aliás, nada do que passou me interessa, nada que venha antes de você até você mesmo, pois agora só consigo olhar pro lado, e um pouco para baixo e ver a mulher incrível que você é. E assim acontece todo dia que eu acordo, esqueço você, e te amo cada vez mais.
Desejo que assim como esse texto cada etapa desse lindo amor nunca tenha ponto final,

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

1991


Em uma madrugada. Sozinha. Deitada, pensava em contas, em por quês, em futuro, não só no dela, afinal, sua vida talvez já não fosse para ela mesmo a vida mais importante, o seu sono muito menos, um barulho estranho daqui já era o despertar lá.
Enfim entendeu que assim seria a vida inteira, muito suor, muita vida envolvida, muito tempo. Dedicou-se para poupar ou suavizar os nossos dias, até por que suas vontades já não eram mais as suas, as roupas não eram mais pra ela, sua comida preferida passou a ser as nossas.
Por isso sei que quando ganhei na verdade ganhamos, quando perdi crescemos juntos, quando chorei foram quatro olhos cheios de lagrima, eu sou só um pedaço seu.  Quando estava perdido você sempre foi meu norte, quando desolado sempre foi meu ombro, quando carente meu melhor carinho e quando ausente minha maior saudade, você é um pedaço meu.
Eu poderia ficar dias e noites como aquelas que você perdeu trocando minhas fraudas, medindo minha febre, ou angustiada esperando me ouvir entrar em casa, com mil analogias tentando te dizer o que eu quero, mais a verdade é que "não há nada para comparar, para poder lhe explicar, como é grande o meu amor por você".

Ana Maria, minha rainha, minha amiga, minha mãe!

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Nos céus

Quando nada importa tudo o que importa não tem tanta relevância. Se come por comer, bebe por beber, se relaciona por se relacionar, busca-se qualquer tipo de satisfação desde que ela talvez te traga felicidade mesmo que momentaneamente.
Ai se vão noites perdidas de sono, e aqueles momentos quando se abra o olho e você mesmo não entende por que aquela mulher esta ali deitada do seu lado, ou melhor, por que você esta deitado do lado daquela mulher. Na verdade esses momentos só aumentam a angustia e a certeza de que realmente falta alguma coisa.
E de repente fora de tudo que estava programado aparece alguém que te deixa sem jeito, que faz você querer dar seu melhor, o que é complicado, pois antes qualquer parte de você estava bom, até a pior. Resgatei o que melhor de mim estava perdido no fundo de um baú, e me atrapalho todo pra voltar a ser esse alguém que eu sou e que eu gosto de ser. Vontade de olhar no olho, de dizer a palavra certa, de fazer a coisa certa, só por ter me encantado de novo, de entender que o tempo de duração pouco é relevante, uma palavra sua, uma risada, um dia compartilhado já vale, só por saber que você esteve com o melhor que eu posso ser.
A verdade é que vida vai nos moldando a base de pauladas, nos tornando frios e cautelosos, desconfiados e seguros de que ninguém vai entrar mais na sua vida para construir um novo conceito de amor, até a própria vida nos mostrar que sempre tem algo de novo, e um alguém para balançar sua cabeça e acalmar seu coração. E que bom que é assim!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Pode entrar

Sinta-se á vontade, não repare tanta organização, nada mais chato que uma vida onde esta tudo milimetricamente no lugar. Não faça cerimônia, bagunce.
Arrumei tudo, joguei aquilo que já não fazia mais sentido fora, decorei com novos atrativos e novas manias. Esta tudo limpo, arejado e no lugar, nestes últimos tempos estive meio paranóico com isso, não trouxe mais ninguém aqui. Visitas? Nem pensar, no máximo algumas conversas jogadas fora no portão, superficial.
Isso aqui estava uma bagunça, os valores não estavam mais na prateleira que sempre costumou, a pia suja, o cinzeiro cheio, e havia uma preguiça maldosa de ver que aquilo tudo já não estava mais certo. E eu que sempre gostei de estar na bagunça, sempre soube que em baixo de três camisetas jogadas do lado do computador estavam as respostas que eu procurava, a vida apronta cada uma.
Vai pode bagunçar, não tem mais jeito você é como um carnaval, vamos nos divertir rabiscar as paredes, quebrar os cristais, descobrir novas maneiras de sorrir, jogar tudo pro alto e pra baixo.
Amanhã? Se precisar eu arrumo tudo de novo, bagunça nenhuma tira mais aqueles valores da prateleira, eles permanecerão intactos, não tem problema. Mais agora, por favor, só bagunça tudo de novo!